domingo, 13 de abril de 2014

Parque Natural Municipal São Francisco de Assis


Reaberto em 21 de março deste ano, o Parque São Francisco de Assis possui 23 hectares de Mata Atlântica, está localizado em uma área central de Blumenau (atrás do Shopping Neumarkt) e funciona de segunda a sábado das 8 às 17 horas.

    Após um período de seis anos fechado, admito que estava ansiosa para revê-lo, afinal não é fácil encontrar uma área verde no centro da cidade que a população tenha livre acesso.  Apesar de me encantar facilmente com qualquer coisa viva (consequência da profissão) achei que a estrutura do parque deixa um pouco a desejar. Não em termos biológicos, mas na recepção e condução do visitante pelo local. 

   Logo na chegada já enfrentei problemas. Para quem sobe o morro a pé há locais sem calçada de pedestre, é preciso andar pelo acostamento com carros passando para entrar e sair do shopping. Chegando no pórtico de entrada fui recepcionada por um casal simpático que me solicitou assinar o livro de registro de visitantes, até aí tudo tranquilo. Na hora de entrar (a entrada por enquanto está sendo gratuita) pedem que o visitante deixe a bolsa com seus pertences ali, sem nenhum tipo de controle por enquanto. Peguei a câmera e segui em frente, mas fiquei pensando como fariam para organizar e guardar com segurança bolsas, mochilas e demais pertences de um grupo grande de estudantes, por exemplo. O ideal era que tivesse um guarda volumes ou algum sistema de etiquetagem para que não ocorra de alguém que nem levou mochila acabe saindo com as coisas de algum visitante que esteja dentro do parque.                                       







     Após entrar, você pode optar por caminhos diferentes. Escolhi seguir pelo caminho das águas e retornei pela trilha da cutia, mas há outros caminhos com placas indicando. As placas são outra questão interessante. Algumas estão novas e bem cuidadas sendo fácil a leitura, em compensação outras estão em um estado de decomposição que é praticamente impossível ler. 








    O mesmo acontece com as plaquinhas de identificação das espécies arbóreas. Os visitantes poderiam receber um panfleto que mostrasse o mapa do parque identificando as trilhas e as espécies vegetais pelo número, pois algumas é só o que dá para distinguir. 







    Apesar disso, nos deparamos com espécies belíssimas, entre elas a Psychotria com suas flores vermelhas e frutos azuis e com o nosso querido e ameaçado palmiteiro (Euterpe edulis).  


















    Bromélias e pteridófitas também são vistas por todos os lados enriquecendo a aparência tropical da Floresta Ombrófila Densa Atlântica.














    O estado das trilhas era e continua sendo um pouco complicado quando chove. As escadas formadas com tábuas acabam cedendo e a lama toma conta, o que faz com que os visitantes comecem a pisotear a vegetação desviando da lama, o que não é bom para ninguém. 



   Existem vários banquinhos espalhados pelas trilhas, alguns deles em ótimo estado, porém outros... 









   Também podemos encontrar vestígios da fauna (tocas, frutos mordidos, ovos eclodidos, fezes, pegadas, etc.) e, com sorte ver alguns exemplares...









   Uma cotia e a ave que aparece escondida na última foto também passaram por mim, mas não consegui fotografá-los. Ambos estavam próximos a um córrego na trilha da cotia. A água é límpida e fresca e corre suavemente entre os seixos enquanto produz um relaxante som. 


  Um espetáculo a parte são os fungos de diferentes formas e cores estão por todos os lugares decompondo a matéria orgânica e fechando o ciclo de nutrientes.







 Concluindo, para mim o passeio foi ótimo, mas lamento que a estrutura do parque não tenha sido melhor planejada. A reabertura saiu nos jornais e televisão e as pessoas estão indo conhecer e curtir o local e a única coisa que vi realmente nova foi um deque de madeira, que a principio achei que se tratava de um mirante. Não há nenhuma placa nem banquinhos, por enquanto, neste local.

 No caminho, vi pessoas com crianças e é visível uma certa decepção. Faltou investir em manutenção e numa estrutura melhor para que a população em geral se sinta atraída pelo local. Placas com imagens e características dos animais, recantos diferenciados, um material explicativo que assegure que o visitante sairá de lá sabendo mais do que quando entrou e disposto a retornar e passar a experiência adiante. Afinal, precisamos urgentemente despertar o amor das pessoas por este bem tão precioso e ameaçado que é a Mata Atlântica.

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